22 de abril de 2010

O molosso

Quando você olha para um cão molosso, dificilmente deixará de reparar sua cabeça: grande, ossuda, pesada, em forma de cubo ou diamante, o molosso guarda pouca semelhança com o cão primário, o lobo.
Molosso vem do latim molossus, que por sua vez representa aquele que vem da Molóssia.
Os primeiros cães deste tipo vieram realmente de lá, e lutaram em guerras romanas. Eram cães pesados e ferozes, resistentes à dor e altamente fieis.
Se você gosta de cães delicados e charmosos, de patas finas e cabeça pequena, certamente não gosta de molossos.
Mas se você gosta de animais que em geral são grandes e pesados, musculosos, de patas grossas e força extrema mesmo para seu tamanh
o, então o molosso é seu cão ideal.
Estranhamente, apesar de terem sido usados em guerras, os molossos são em geral equilibrados, ternos com os donos e bastante silenciosos.
Seus crânios em geral são chatos, stop nítido, seus lábios são grossos, alguns bem pendentes, o corpo é maciço, a musculatura pronunciada.
Alguns pesam 80 quilos ou mais. Mas isto não significa que todos os molossos são grandes: entre eles podemos identificar o pug, o Boston terrier, o buldogue Frances.
Mesmo nesses pequenos e médios molossos podemos ver o peito largo, a força física, a musculatura desenvolvida e a índole afável e protetora, a face larga, o focinho pouco afilado.
Muitos acham que todos os molossos possuem focinhos chatos, o que não é verdade. Mas a maioria dos molossos é também braquicéfalo (braqui=curto, céfalos=cabeça).
Esses braquicéfalos são um grupo especial de molossos, seres adoráveis apesar de mal encarados..e deles,
a gente fala depois!




Um molosso da raça Cane Corso



Autora: Alessandra Walckiers

10 de abril de 2010

Desenvolvimento emocional do filhote

Período Neonatal
Do nascimento aos 14 dias de vida.
É a fase em que o cão depende exclusivamente da mãe para urinar, defecar e controlar a temperatura corporal.
Dorme 90% do tempo, rasteja e mama

Período de transição
15 a 21 dias de vida.
Os olhinhos se abrem, o cão começa a engatinhar e o cão já começa a ouvir.
Começa a defecar sozinho e inicia a ingestão de líquidos (lambendo).

Período de reconhecimento
21 a 28 dias
Ouve bem, enxerga e o olfato já está desenvolvimento.
Abana a cauda, brinca e morde os irmãos.
Reconhece movimentos e objetos.
(precisa demais da presença da mãe para se sentir seguro)
O ambiente preferível nessa fase deve ser hiper tranquilo.

Período e socialização.
21 a 49 dias de vida.
Fase das explorações, atividades grupais e jogos sociais. Início da determinação hierárquica emocional.
(O filhote não deve ser retirado da mãe antes desse processo para o seu devido desenvolvimento emocional)

Período de socialização com os humanos.

Sete a doze semanas de vida.
É o melhor momento para o seu novo ambiente. Momento em que o cão deve ser apresentado a maioria das situações.

Primeiro Período do medo

8 a 11 semanas de vida.
Nesse momento as situações devem ser apresentadas com cautela para evitar futuros traumas.

Período de rebeldia
13 a 16 semanas de vida.
Fase em que o animal treina brincadeiras de morder e tenta impor a liderança.
Apresente-se como líder para n ter trabalho futuramente. Nessa fase você sente pena, no futuro você vai sentir arrependimento.

Período de surdez seletiva

4 a 8 meses.
Quando os peludos safados que nem o Frederico só ouvem bronca quando querem, seu nome quando interessa.
Momento bom para iniciar comandos a fim de evitar fugas e acidentes.


Segundo Período do medo
6 a 14 meses.
Faz-se necessário a reapresentação de tudo da mesma forma que no primeiro período.

Período da maturidade
De 1 a 4 anos de vida.
Ocorre a maturidade sexual. (nos cães menores essa fase é mais rápida)
É comum haver o aumento da agressividade e ele novamente tentará impor sua liderança. Fique de olhO!

Texto retirado do livro Florais para Cães. autora: Jackeline Pinto.

Bom final de semana e um beijo dos peludos

7 de abril de 2010

Explicações

O post anterior foi sobre uma cadelinha que me apareceu na segunda feira.
Ela estava perambulando pela frente da minha faculdade, que fica numa avenida bastante movimentada de carros.
O porteiro do Hospmev (que fica de fente para a escola de medicina veterinária) me avisou sobre ela, quando eu a avistei, ela estava tentando atravessar a rua.
Corri desesperada e a peguei junto com a residente do hospmev.
Resolvemos levá-la para tratar.
Foi um dia arduo para conseguir todas as medicações para ela e os soros que ela utilizou. Além do exame de sangue que pedimos.
Ela não apresentou nenhuma melhora e no final do dia, diante da situação de n ter para onde levá-la e para onde ser cuidada, além de nenhum sinal de melhora e sim de bastante piora resolvemos eutanasiá-la para terminar com a sua dor.

Ela estava com alopecia (falta de pêlos) por todo o corpo que caracterizavam uma sarna demodécica.. além de uma bicheira na cavidade oral (boca) que não conseguimos identificar ao certo onde se localizava.. só conseguíamos ver as bernes saindo de sua boca.
Seu corpo estava todo coberto de carrapatos e descamações purulentas.
Sua orelha estava quebrada e sua unha da pata traseira esquerda arrancada.
Estava anêmica e com plaquetas altas, o que caracterizava erlichiose (doença do carrapato). Sentia dores intensas por todo o corpo e um toque era o bastante para transformar uma cadela dócil em uma fera que queria morder a equipe.

Enfim.. o sofrimento dela era grande e o nosso também.
Decidimos por fim a todo esse tormento, não sem dor, mas conscientes da situação da bichinha.

Ainda me dói falar sobre isso!

e que ela descanse em paz e quem a abandonou a jogando d um carro como um saco de lixo, pague tudooo!

Pastorinha era uma cadela da raça Pastor Alemão e que tinha em média 2 a 3 anos.

ISSO.. é uma pequena amostra do tamanho da crueldade humana para com os animais.

5 de abril de 2010

Eu choro, e vc descansa

Vc é forte
sobreviveu a todo aquele sofrimento
Sobreviveu pq sabia que merecia um fim justo
Um fim dormindo em paz, como um anjo que vc é.
Desculpa se eu n fiz mais,
desculpa se eu n tentei mais,
desculpa se eu n soube mais,
desculpa se eu n tive mais.
Vc me deu tanto em menos de 12 horas juntas e eu te dei tão pouco
Não fui suficiente pra salvar sua linda vidinha
Não fui suficiente para ver seu rabinho abanar
Não fui suficiente para cumprir a promessa que te fiz de q vc teria um lar.

Vc descansa, e eu choro...
eu choro e vc descansa

Me perdoaa.. só fiz o que achava que era o melhor
e se não era o melhor.. me perdoa mais ainda.

4 de abril de 2010

Tumores mamários

(continuação...)

Os tumores de mama representam aproximadamente 52% de todas as neoplasias nas
cadelas e 50% são identificadas como malígnas.

Ultimamente as evidências incidem em que a etiologia (ou seja, origem) do tumor de mama seja hormonal e que o estrógeno seja responsável pelo mesmo evento.
Quando a castração é realizada antes do primeiro cio, o risco de desenvolvimento de tumor mamário reduz para 0,5%; este risco aumenta significativamente nas fêmeas esterilizadas após o primeiro cio(8,0%) e mais ainda depois do segundo (26%). Depois do segundo cio, não é notada nenhum poder preventivo em relação aos tumores mamários.
Um estudo demonstrou que 66% dos cães que receberam contraceptivos orais contendo compostos à base de progesterona e estrógenos, no período de cinco a sete anos de idade, desenvolveram nódulos mamários, dos quais 95% eram benignos.

Falando bioquimicamente, o estrógeno e progesterona atravessam a membrana celular por processo passivo e ligam-se a receptores proteicos específicos no citoplasma da célula alvo do tumor. Subsequentemente, o complexo esteróide-receptor se move em direção ao núcleo, onde se liga à cromatina, promovendo aumento na síntese de RNA mensageiro, de RNA ribossômico e síntese proteica, que irá alterar a função celular.
O estudo de linhagens celulares tem demonstrado que o estrógeno regula a proliferação celular, de várias maneiras:

1)Aumentando os fatores de crescimento do grupo "a" e o fator de crescimento IGF-1 que estimulam o crescimento das células tumorais,

2)Inibindo fatores de transformação "b" que tem a função de deprimir a atividade proliferativa de células.

Outro estudo, concluiu que o risco de desenvolvimento de neoplasias mamárias pode estar ligado a fatores nutricionais. Os pesquisadores perceberam que a obesidade no primeiro ano de vida, assim como um ano antes do diagnóstico podia predispor as fêmeas às neoplasias.

O tumor de mama é resultante de processo carcinogênico compreendido por vários estágios seqüenciais, incluindo iniciação, promoção, dependência e autonomia.
Indepedente de haver fatores externos que tenham influenciado a oncogênese ("nascimento" do câncer), com certeza o fator determinante é endógeno, ou seja, do metabolismo do indivíduo.
Ocorre a dependência hormonal, na qual as células tumorais alvo diferem das normais por necessitarem do estímulo hormonal para sua sobrevivência.
Porém, todos os tumores hormonalmente dependentes tendem a se tornar autônomos, quando a capacidade de síntese de hormônios específicos desaparece e, morfologicamente, as células se tornam indiferenciadas(podem se transformar em qualquer outro tipo de célula).

A atividade normal da célula depende da perfeita integração entre as várias vias metabólicas. Grande parte desse metabolismo é controlado pelos hormônios, lançados no sangue até os órgãos alvo. Como as necessidades de um determinado hormônio variam continuamente, torna-se necessário que suas concentrações estejam sujeitas à regulação. Quando há descontrole da secreção hormonal, ocorre perda da homeostasia celular advindo várias alterações, dentre elas o câncer. Os hormônios estão dentre os vários fatores indutores ou promotores da origem de tumores. Sejam endógenos ou exógenos, eles estimulam a proliferação celular predispondo às alterações genéticas.
Os genes controlam a hereditariedade e as atividades celulares dia-a-dia. O câncer é causado, na maioria dos casos, por mutação ou ativação anormal dos genes que controlam o crescimento celular , resultando em modificações progressivas da biologia celular caracterizadas por alterações na proliferação, diferenciação e na interação das células com o meio extracelular.

A castração precoce parece ser o único método da prevenção das variações hormonais, que ocorrem durante as fases do ciclo estral, que, sem dúvida, influencia no desenvolvimento desses tumores

Qualquer alteração, procure o médico veterinário.


Referências: 1.FONSECA, Cláudia Sampaio and DALECK, Carlos Roberto. Neoplasias mamárias em cadelas: influência hormonal e efeitos da ovario-histerectomia como terapia adjuvante. Cienc. Rural [online]. 2000, vol.30, n.4, pp. 731-735.
2.DE NARDI, A.B; RODASKI, S.; SOUSA, R.S.; COSTA, T.A.; MACEDO, T.R.;RODIGHERI, S.M.; RIOS, A.; PIEKARZ, C.H. Prevalência de Neoplasias e Modalidades de Tratamento em cães, atendidos no hospital veterinário da Universidade Federal do Paraná. Archives of Veterinary Science, n.2, p. 15-26, 2002.
3.SILVA, Alessandra Estrela; SERAKIDES, Rogéria; CASSALI, Geovanni Dantas. Carcinogênese hormonal e neoplasias hormônio-dependentes. Cienc. Rural. Vol.34. Santa Maria Mar/Apr. 2004


Aline Viena de Souza

3 de abril de 2010

Piometra

(continuação do post de ontem...)
Hoje vou falar sobre a Piometra, que é uma doença em que muitos médicos veterinários citam ao indicar a castração precoce em fêmeas como forma preventiva.

A piometra (complexo hiperplasia cística endometrial)é resultado de uma estimulação glandular uterina pela progesterona plasmática circulante.
A progesterona estimula a secreção glandular, com supressão da atividade miometral (músculo do útero), permitindo, dessa forma, acúmulo de secreção que propicia um meio para o crescimento bacteriano, favorecido pelo aumento na inibição da resposta leucocitária à infecção no útero sensibilizado pela progesterona.
É a mais comum afecção principalmente em cadelas com idade maior que 9 anos, e as nulíparas (nunca tiveram cria) .
O período funcional do corpo lúteo prolongado devido ao cio, prolonga o tempo de secreção da progesterona e permite modificações a nível de endométrio, que com as repetições dos ciclos se torna persistente e se traduz na hiperplasia cística endometrial.
Os sinais clínicos de piometra são falta de apetite, vômitos, polidipsia(aumento no consumo de água), poliúria(aumento na excreção de urina) e em alguns casos presença de corrimento vaginal e distensão ou aumento da sensibilidade na cavidade abdominal.
Quando não há presença de corrimento vaginal, classificamos como piometra fechada. Isso ocorre porque o útero retém o conteúdo séptico o que causa uma distensão abdominal além de piorar o prognóstico da cadela/gata.
O animal pode também apresentar hipertermia (devido a infecção) ou hipotermia (devido a toxemia).
Os sinais clínicos apareceram normalmente após 30 dias do cio.
Devido a maior incidência de piometra ser causada pela bactéria E. colli, que causa toxemia, esta afecção pode afetar vários órgãos como rins, medula óssea, adrenais, baço, fígado e pulmões.
Acredita-se que os fatores que mais predispõe a piometra são pseudogestações, irregularidade de ciclo estral, administração exógena de progestágenos e cadelas que nunca tiveram crias. A idade também pesa devido a transformação do endométrio a cada cio.
Em um estudo feito (1.) foi-se notado numa população de 25 cadelas que 52% eram nulíparas, 38% eram primíparas ou pluríparas e 4% haviam feito uso de anticoncepcionais.
No segundo trabalho,avaliou-se 119 cadelas onde foi-se notado que quanto ao número de gestações, 56 animais (47,05%) não apresentavam essa informação de acordo com a anamnese junto ao proprietário, e dos animais restantes, 39 (32,77%) eram nulíparas, 10 (8,4%) eram primíparas e 14 (11,76%) eram pluríparas

Embora menos freqüente, a piometra também pode ocorrer em felinos. A baixa ocorrência se dá pelo fato de que as felinas precisam cruzar para que ocorra o desenvolvimento do tecido lúteo e a subseqüente secreção de progesterona.
Os tumores de mama também podem predispor à piometra porque este tipo de tumor pode elevar as taxas de estrógeno e progesterona liberados no organismo.
O tratamento depende do proprietário e do interesse ou não pela reprodução do animal. Pode-se optar pela ovariossalpingohiterectomia(OSH) – ou castração – ou pela parte medicamentosa. A gravidade do animal também deve ser levado em conta
Assim que diagnosticado, deve-se entrar com um tratamento imediato devido ao risco de toxemia e comprometimento de outros órgãos como os rins e fígado (como falado anteriormente).
O tratamento cirúrgico ainda é o que tem melhores resultados contra a piometra, devido ao alto índice de recidivas quando utilizado o tratamento clínico.


Ao notar qualquer alteração, procure um médico veterinário.



Boa páscoa e nada de chocolate para os peludos, hein?!

Referências: 1.ESTES, Nereu Carlos et. al., Piometra canina: aspectos clínicos, laboratoriais e radiológicos. 1991
2.MARTINS, Danilo Gama. Complexo hiperplasia endometrial cística/piometra em cadelas: Fisiopatogenia, Características Clínicas, Laboratoriais e Abordagem Terapêutica. Jaboticabal – SP – Brasil. 2007

2 de abril de 2010

Castração em pets, prós e contras.

Nessa vida, tudo tem prós e contras. A castração dos nossos peludos não poderia ser diferente. Então, frente à minha indecisão quanto a castrar ou não o meu pê, eu decidi fazer uma pesquisa e ficou tão interessante que resolvi trazer aqui para vocês.

Contras:
1.Frequentemente a obesidade é tida como decorrência de um aumento no apetite e do sedentarismo em animais castrados.
Quando ocorre uma diminuição nos níveis de hormonios sexuais, surge uma sobra energética que é armazenada em adipócitos levando ao aumento de massa corporal, já que o requerimento calórico é menor, mas o animal come mais por não apresentar a sensação de estar saciado. A falta de exercício voluntário também é uma explicação para essa afecção.
2. O aumento da ocorrência de obstruções uretrais em gatos e de incontinência urinária em cadelas são fortes argumentos utilizados contra castração.
O diâmetro uretral em gatos castrados e similar ao de animais intactos, entretanto, o epitélio uretral é hipertrófico e a densidade dos fibrócitos é maior em felinos esterilizados, porém, a significância clínica desta diferença tecidual ainda não foi determinada.
3. Uma maior incidência de incontinência urinária tem sido associada a gonadectomia em cadelas. Geralmente ocorre como um vazamento involuntário de urina quando estão deitadas ou adormecidas.
Isso ocorre porque o estrógeno aumenta a afinidade dos receptores alfa-adrenérgicos no esfíncter uretral à neurotransmissores simpatomiméticos, mudando o tônus do esfíncter.
A incontinência urinária é de etiologia multifatorial e pode estar associada a outros fatores ligados ao sexo, posição da bexiga (intrapélvica ou intra-abdominal), diâmetro e comprimento da uretra e também da raça.

4. Em fêmeas as dermatites perivulvares e as vaginites são frequentemente associadas à esterilização embora não existam estudos comparativos da incidência em fêmeas inteiras e castradas. O recesso vulvar e excesso de pele, áreas intertriginosas ao redor da vulva, podem favorecer o acúmulo de urina e secreções vaginais, favorecendo assim o crescimento bacteriano e a inflamação neste local, podendo incorrer não só em dermatite perivulvar como numa vaginite ascendente.

5. O desenvolvimento normal e a caracterização da genitália externa são hormônio-dependentes. Isto inclui vulva, vestíbulo e vagina nas fêmeas e pênis, prepúcio e testículos nos machos.
5.1 Em gatos o desenvolvimento das espículas penianasé andrógeno-dependente, nos felinos castrados antes da puberdade as espículas estão ausentes, já os machos castrados após a puberdade apresentam uma atrofia gradual das mesmas, após 24 semanas do procedimento quando comparados a animais intactos
5.2 Os cães castrados antes da puberdade assim como os gatos apresentaram genitália externa com aparência infantil. A formação do osso peniano é decorrente da fusão de dois ossos e ocorre entre a 8 e 10 semana de vida, já o crescimento peniano continua até a 50 semana de vida.

6. Embora os hormônios sexuais não sejam essenciais ao desenvolvimento ósseo, exercem influência no metabolismo e desenvolvimento de todo o esqueleto, pois interferem no crescimento e amadurecimento cartilaginoso e na ossificação endocondral. A testosterona facilita crescimento das cartilagens e a manutenção das epífises.
A gonadectomia precoce resulta num atraso da maturação e do fechamento das epífises (bordas dos ossos). O animal permanece mais tempo em fase de crescimento, ocorre um esqueleto eunocóide em machos e pélvis assexual em fêmeas. Além disso, resultaria em animais com uma estatura um pouco maior quando comparados à animais inteiros.

7. A síndrome de ovário remanescente (SOR) é caracterizada pela presença de tecido ovariano funcional no interior da cavidade abdominal e é descrita como a complicação mais comum após as ovários-histerectomias eletivas.

8. Alguns animais demonstram modificações negativas no pêlo que são revertidas com suplementos vitamínicos e rações especializadas.

Prós:
1. Estudos demonstram que 50-70% dos adultos diminuem (em 50-90%) a marcação territorial com urina, monta ou vadiagem e 25% diminuem a agressividade contra animais e pessoas.

2. Se a OSH for realizada antes do primeiro ciclo ovariano, a incidência de neoplasias de glândulas mamárias diminui para menos de 0,5%. Já, logo após o primeiro ciclo, o risco aumenta para 8%, depois de dois ciclos, sobre para 26%, e depois dos dois anos e meio da idade não tem mais este efeito preventivo.

3. Além da neoplasia mamária, a castração precoce também previne a piometra (complexo hiperplasia endometrial), que geralmente acomete cadelas de meia-idade a idosas. Com o aumento do uso de progestágenos e estrógenos como contraceptivos, foi-se relatado casos de piometra precoce.

Neutro:

1.Alguns cães ainda continuam com libido e cruzando e isso se deve à exposição na fase embrionária e nos primeiros dias de vida à testosterona. Os resultados de uma pesquisa indicaram que a esterilização não é capaz de abolir os comportamentos típicos de machos.

2. A gonadectomia de animais jovens não resulta em alteração do trabeculado ósseo e portanto não favorece a ocorrência de fraturas e não prejudicaria o desenvolvimento do desenvolvimento do sistema imune.
É importante ressaltar que embora a esterilização retire as gônadas dos animais, ainda há a presença de hormônios esteróides circulantes. Estes são provenientes da adrenal, e talvez por isso alguns efeitos dos hormônios sexuais ainda se expressem.

3. O tumor prostático ocorre em cães castrados, quase na mesma freqüência que em cães inteiros. Isso pode sugerir que a testosterona não seja tão importante na patogênese do câncer de próstata, ou que seu efeito ocorra numa época mais precoce da vida do animal.


Curiosidades:
1.Os cães, junto com os homens são os únicos mamíferos que sofrem naturalmente de processos patológicos na próstata associados com a idade. São espécies em que a hiperplasia prostática, a neoplasia intraepitelial prostática e o adenocarcinoma prostático ocorrem espontaneamente.
2.A atrofia, metaplasia epidermoide, prostatite, hiperplasia prostática benigna, cálculos e adenocarcinoma prostáticos constituem as patologias mais comuns nos cães. Esses distúrbios, em sua maioria, causam aumento de volume prostático e, portanto, possuem sinais clínicos semelhantes, sobretudo em cães de meia-idade e idosos.
A atrofia da glândula próstata ocorre em qualquer condição, que resulte na queda do estímulo androgênico, tais como: orquiectomia, administração de estrógeno, ou lesão destrutiva dos testículos.

Estudos demonstra que a castração deve ser feita no mínimo, após a última vacinação devido à preocupação quanto à susceptibilidade de doenças infecciosas.
Porém outros pesquisadores afirmam que o estresse da anestesia e cirurgia pode afetar do mesmo modo a susceptibilidade às doenças infecciosas porque a anestesia e a cirurgia exercem efeito sobre a capacidade do cão em armar uma resposta humoral frente à vacinação, podendo deprimir temporariamente a resposta celular.


Então, antes de castrar seu peludo, pense nos prós e contras e tome uma atitude pensada.

Boa páscoa!


PS.: NADA DE CHOCOLATES PARA CÃES E GATOS HEIN?? É TÓXICOOO!!!!!


Referência: CARVALHO, Mariana Pontes Pereira et al. Revista Ciência em Extensão. V. 3, n. 2, 2007.
Alterações Histopatológicas do Tecido Prostático de Cães orquiectomizados e não orquiectomizados com diferentes idades. Rodrigo Supranzetti de Rezende. Uberlândia- Minas Gerais – Brasil 2008.
Em alguns estudos foi-se demonstrado que as fêmeas castradas vivem mais que os machos castrados e mais que todos os não castrados. (MICHEL 1999)
SCHIOCHET, Fabiana; BECK, Carlos Afonso de Castro et. al.,Ovariectomia laparoscópica em uma gata com ovários remanescentes. Acta Scientiae Veterinariae 35(2): p. 245-248, 2007.
GONÇALVES, Ana Carolina de Oliveira.Estudo comparativo entre a Laparotomia Mediana Ventral e Lateral direita para a ovariosalpingohisterectomia em cadelas pré-púberes e adultas.